Maria Antonia (Rio de Janeiro, 1992) é pintora brasileira e artista visual. Trabalha com arte desde 2014 e é graduada em Design de Mídia Digital pela PUC-Rio (2018). Sua prática tem a pintura como eixo central de produção e pensamento, expandindo-se para instalações, ambientes imersivos e experiências sensoriais.

A pesquisa de Maria Antonia compreende a pintura como um campo expandido, espacial e atmosférico, no qual o encontro com a obra se dá de forma lenta, incorporada e sensorial. Sua prática articula experiência estética e presença no mundo, convocando o corpo a perceber o aqui e agora e a reimaginar as relações entre corpo, carne e tecnologia.

Desde 2014, desenvolve a pesquisa de longo prazo CarneeCorpo, uma investigação pictórica em torno da ideia de carne como alegoria para as tensões do mundo, para as questões que atravessam o corpo feminino e para a inversão do corpo abatido e controlado em direção a um lugar de afirmação e celebração de sua força.

Sua linguagem pictórica opera no limiar entre figuração e abstração, permitindo ao observador construir narrativas sensoriais, tensas e afetivas. A partir de um pensamento de colagem — atravessado pela velocidade do mundo contemporâneo, pelo acúmulo constante de imagens e informações e pela impossibilidade de fixar-se em uma única imagem por longos períodos — a artista trabalha com aproximações, recortes, sobreposições e apagamentos, construindo ambientes pictóricos que pulsam como um convite ao resgate do sentir.

CarneeCorpo emerge como um campo de exposição e partilha, no qual a artista apresenta imagens, gestos e matérias sem a intenção de produzir uma crítica deliberada. O trabalho se abre à leitura do outro, permitindo que cada observador construa sentidos a partir de suas próprias experiências, referências e atravessamentos.

A discussão sobre a materialidade da mídia e a cultura visual contemporânea atravessa sua pesquisa em Pinturas Imersivas, iniciada em 2018, que propõe um esgarçamento da relação entre observador e obra. Ao investigar a “entrada do observador na pintura”, Maria Antonia transforma o público em participante ativo. Essa pesquisa se desdobra na criação de Pinturas 360°, ambientes acessíveis por meio da realidade virtual e pinturas expandidas a partir da realidade aumentada.

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Sua produção combina pintura a óleo e camadas digitais, articulando diálogos entre práticas ancestrais e tecnologias contemporâneas.

Em 2025, apresentou sua primeira exposição individual institucional, Carne da Terra, no Museu do Amanhã, tornando-se a primeira artista a realizar uma individual de pintura na instituição — um dos principais museus da América Latina. O projeto de exposição imersiva-interativa foi viabilizado por meio de fomento público, após a artista ter sido contemplada, em 2024, pelo edital Pró-Carioca – Linguagens (PNAB / Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro).

Também em 2024, realizou a exposição individual CarneeCorpo: Você não está entendendo quase nada do que eu digo, com curadoria de Gabriela Davies e Maíra Marques, no Largo das Artes, no Rio de Janeiro.

Seu trabalho integrou diversas exposições coletivas, entre elas Apocalipse (Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, 2024); Preceito Fundamental (Espaço C.A.M.A., São Paulo, 2023); Terra Incógnita (duo show com Mika Takahashi, Galeria Gruta, São Paulo, 2023), com texto crítico de Vinícius Gerheim; Arte Pela Vida das Mulheres (Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2023); Abre Alas 17 (A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2022); Festival Ecrã (Cinemateca do MAM Rio, 2022); Senso Comum (Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, 2022); além de leilões e projetos institucionais no Brasil.

Suas obras integram coleções privadas.